terça-feira, 20 de julho de 2010

Minha infancia.

Meus primeiros reflexos de lucidez, foram aos 2-3 anos, no Caquente,um bairro de Igaratinga. Estava engatinhando, e fui até a Olaria de Meu pai onde ele fazia tijolos. Nao sei como atravessei um pequeno corrego pois engatinhando as coisas sao mais dificeis. Meu pai tinha uma egua chamada Bainha, e de manhã ele gritava "Bainha vamos trabalhar...!!" e ela saia de onde estava , indo correndo para a pipa de barro, para começar a jornada diária. Ela ficou bem treinada, graças a uma moita
de bambu que tinha perto de casa, meu pai gastou quase toda esta moita em seu lombo e costela, afim de treina-la, pois era custosa demais.Era nela que ele vinha de Igaratinga, com um cordão em seu pescoço cheio de biscoitos, a maioria molhados de suor, para a gente degustar.Certa vez, ele derrubou uma manga , no pé la no fundo do quintal , dizendo que era pra mim, a manga caiu, e até ontem nao me lembro de te-la
chupado. Pelo fato de nao haver televisão, radio, e vizinhos, tinhamos muita união, e a tarde faziamos nossos proprios teatros. Luzinho e Neide ensaiavam uma cançao chamada "Linda Cigana", cantando assim: ô ciganinha ô..ô...ôooooooo, vamos viver viajando ÔÔÔÔÔÔÔ, o minha linda cigana, eu pensei que tu amas este valente ciganoooooo, tioleiiiiii tiôleiiiiiii, tioleiiiii, .Eles prometiam que quando crescesemmm iriam fazer uma duplica caipira. Mudamos pra igaratina, e fomos morar
numa casa que tinha o teto invertido, todas as casas tinha o teto no formato de acento circumflexo, e a nossa tinha no formato de V. Eu e Agostinho, tenhamos por habito ir na casa da Dinha Vó, ganhar pequenos pedaços de rapadura, era uma delicia. Nao esqueço do banheiro da época, onde vovam umas varejeiras , verdinhas, com um zumbido alto.A gente se alojava na casinha la no fundo do quintal, ajeitava com
um medo danado de cair naquele buraco quadrado, onde emitia um odor incrivel, fora que a gente molhava os pés sempre. NO quintala tinha um pé de mamona, onde eu achei uma semente, a qual amassei com uma pedra,e comi aquilo pensando que era amendoim. Vomitei até as tripas, nao ficou nenhum verme no meu organismo. Entrei pela primeira vez numa jardineira, nos braços de Ramon, ele queria entrar na jardineira para
conhecer, ela estava estacionada no campo de futebol, e entao foi a primeira vez que conhecemos uma jardineira por dentro. Mudamos de igaratinga para Santanense, e o Boquinha (Jesus) arrumou emprego na Cia Tecidos Santanense pro meu pai. Moramos no cruzeiro. Tem sempre uma cena na minha memoria, onde um vizinho ficava preso numa gaiola, pois tinha problemas acho que psiquico, ou de coordenaçao motora, e tinha
que ficar preso em uma jaula de ferro, nunca entendi aquilo.Moramos tambem na rua de baixo perto do riberao, vizinhos de Dom Giorgino. O quintal fazia fundo
com um ribeirão, onde a gente ensaiava natação. Tinha que comer uma piaba para aprender a nadar.Eu deitei em cima de uma pedra e batendo os braços, ouvia meus irmão dizerem: Ele aprendeu a nadar olhem.Roubavamos mutamba, goiaba, e qualquer fruta que estivesse ao alcance de nossas maos.Os caminhoes passam na rua, e jogavam mandioca, lenha, e qualquer coisa que passava, a gente gritava para jogarem,e
saiamos correndo atraz, afim de fazer a colheita. Meu pai comprou primeira radiola, e o volume era escutado , queira ou nao queira por toda a vizinhaça, ná epoca. Ele tambem comprou uma mascara de vaca, que colocava na cabeça, para assustar os outros, nos carnavais da época. Com o tempo comprou um lote na rua de cima, mas isto
já é outra historia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário