sexta-feira, 16 de julho de 2010

Entrei de gaiato no navio....

Quando migrei de Cáceres-MT para S.paulo, aliás em uma oportunidade contarei
aqui sobre minha morada( aventura em Cáceres-MT).Cheguei ao centro de S.Paulo, me hospedei no primeiro hotel que encontrei.Guardei minha mala coloquei as roupas nos cabides, e fui tomar um belo banho demorado, do qual sou apaixonado até hoje. Não é atoa que uso aquecedor solar. procurei um bom restaurante, voltei e fui dormir. De manhã comprei um jornal, e fui nas paginas de empregos, coisas que desisti logo de cara, pois S.Paulo não era minha praia, eu tava afim de morar no litoral mesmo. Fechei a conta do hotel e rumei pra Santos-Sp, foi onde morei por 7 meses. No primeiro dia nunca procurava emprego, pois sabia que o cansaço da viagem, me deixava com aparencia de cansaço e isto contava na hora de procurar emprego. Fui passear, conhecer a cidade, e suas lindas praias. No segundo dia entrei numa fila que dobrava quarteirão , sobre duas vagas de faturistas. Eu sabia o que era faturista, a gente juntava um punhado de notas fiscais do mesmo cliente, prenchia uma fatura, e tava pronto (resumi tudo). Tendo a plena certeza que nao ia conseguir o emprego, segui na fila lendo o jornal a procura de um novo. Chegou a minha vez, me colocaram numa maquina de escrever, e um pedaço de jornal, cronometraram o tempo, e eu debulhei o milho em poucos minutos. A pessoa nao se conteve, e mandou que eu refizesse o teste com outro jornal. Repeti a proeza e me mandaram começar a trabalhar no outro dia de manhã (Transportes Candido).Foi la que fiquei por sete meses, conhecedo as praias de Guarujá com suas areias que mais pareciam açucar refinado, Praia grande, etc.Santos tinha muita casas de tolerancia, muito frequentado por marinheiros, era normal encontrar nos latões de lixo, radios, gravadores, televisores com pequenos defeitos que eram desviados das cargas dos navios pelos estivadores. Eu ia a praia todo final de semana, tanto que ja achava que aquilo fazia parte do meu cotidiano e ja tinha perdido a graça. Foi lá que tive a primeira namorada japonesa de nome LIA( fui o primeiro namorado dela), qualquer dia contarei isto aqui tambem Foi lá que um dia vindo da praia, passei pela porta de um cinema, e vendo que a sessao começaria as 4:00 da tarde, mas sem relogio , nao sabia das horas.Segui em frente , e passando em frente a uma padaria, vi um relojão marcando 3:55, dei meia volta para pegar o cinema em cima da hora. Na metade do caminho , apareceram dois caburões, de onde saltaram um punhado de policiais, com escopetas direcionado a minha humilde e friosa barriguinha. Ergui os braços, e me tornei o centro de atençoes de todo o quarteirão. Levei a mão a cintura, bem devaraginho e dizendo a eles que eram meus documentos. Me revistaram e depois de passar um grande vexame, fui liberado para ir embora e assistir o filme que eu planejava. Fui dificil mover as pernas, pois estavam tremulas, e foi dificil assistir o filme, pois ja esta estava cheio de emoções fortes para o mesmo dia.E num é que Santos é barra pesada mesmo, teve um hotel que morei, e dividia o quarto com 4 pessoas, eram dois beliches, e os outros tres ocupantes, pitavam o cigarrinho do capeta dentro do quarto como se estivessem na sua propria casa. Para sobreviver eu fazia de conta que aquilo era normal, eu hein..!!!.Santos tambem nao era minha praia, e comecei a rondar os navios que ali aportavam.Sempre tinha dois guardas na entrada do porto, ou dos navios, e eu tinha que passar por eles. Comprei uma prancheta de mão, uma caneta, e passei a andar igual a gente grande e importante pelo cais, e passei no meio dos dois guardas, entrando pelo primeiro navio que tava em frente. Era do tamanho de um quarteirao, um movimento de entra e sai de gente, onde ninguem conhece ninguem. Ja estava fazendo programaçao para levar alimentos secos, e agua para uma semana, escondido dentro do navio.O resto eu contarei na proxima, vale a pena esperar.

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