quarta-feira, 23 de maio de 2007

Fragmentos do Passado



Meu pai, em alguns momentos de euforia, gritava assim : "Aqui Gerarda... qui a Tereza já foi presa..! , era alguns de seus jargões preferidos, e a gente ficava por entender o que significava tudo aquilo.
As vezes quando algum amigo dele dava algum fora, ele se expressava assim:.. Cê ta mei lêu, isto signifava que o cara estava meio tonto.
Na sua juventude, ele saiu de Igaratinga indo pra o ESTADO DO RIO, como expressava naquele tempo. Ele tinha sido convocado para
a compor a força tarefa da segunda grande guerra, os expecidionários. E Foram pra o Rio de Janeiro. Dai virou motivo de preocupação
em Igaratinga, e assim surgiu outro jargão ná época: O Vico veio... num veio não... porque que ele não veio.... tambem não sei não....
As vezes eu perguntava a ele: Pai porque os outros te chamam de vico. Ai ele respondia: Bom meu nome é jove, e quando a gente é
pequeno, todo mundo se expressa no diminutivo, dai de jove para jovico é um pulo, e depois de jovico para vico.
Ele mesmo fazia piadas com seu apelido, por exemplo. Chegava pra gente e falava:
Responda esta charada: "Encherguei no meio das pernas...." duas e uma. Dava um tempo e nao havendo resposta
ele complementava:
Encherguei = Ví
no meio das pernas = C....
Juntando-se os dois = Vico
Bons momentos, dificeis de se esquecer,ou diria entao:... inesquecíveis.
As vezes tambem me vem a memória, são lembranças de pessoas com carcateristicas marcantes, que nos fazem voltar ao passado
e lembrar de momento hilariantes , ou até preocupantes:
Em Santanense, tinha um senhor, pedinte, o qual o chamavam de FENEMÊ , ele andava com uma sacolinha nas costas onde
guardava os poucos trocados que recebia, porem era muito interessante. Andava pelo meio da rua imitando o gestos de um motorista
de caminhão, com tanta perfeiçao, que a gente conseguia ver o caminhão invisivel que ele dirigia. Buzinava, imitava os sons dos freios a ar, e por ai afora.
Tinha o Pauzinho, o senhor vendedor de arei, que andava sempre correndo pelas ruas, e morria de vergonha de mulheres, bastava alguma passar por ele, que ele sumia nos quarteiroes de Santanense.
Tinha a Donêta, uma senhora miudinha, que perambulava por santanense ,. Tinha o Iáia, como o nome sugere, era praticamente gago e era iaiá tudo que conseguia pronunciar. Lembro o Gilberto, que por problemas motores, andava sempre ameaçando cair, e aquilo gerava preocupação, e o Gerôme tambem figuras inesqueciveis da Saudosa Santanense.

Ps. Que bom que a Vera aprendeu a usar o messenger.., agora precisamos que ela criei seu Nick, pois quando usa o do Jesus, a gente confunde e pensa que é o mesmo que esta teclando, porem o principal ja foi feito.... tão usando o messenger.. nota 10.
Eu queria colocar uma foto da igreja antiga de Santanense, porem perdi ela aqui nos meus arquivos, e o Pe. Siro que tinha me dado esta reliquia.

Um comentário:

  1. Tio, legal ter contado a história do vovô. Até hj eu não sabia o pq do "VICO".
    Lembra que ele cantava assim "Maria, Maria, saudade é poucas mas é todo dia!".

    Nossa, que falta ele faz né?

    Bjim

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