sexta-feira, 12 de março de 2010

Flash do Passado

Moravamos na rua da baixo, uma casa alugada a beira de uma rua movimentada, onde trafegavam caminhoes, onibus, carros, etc. Era uma das principais vias de acesso a Santanense. Como garotos e com todo o tempo livre, as vezes ficamos olhando aquele movimento, e quando passava um caminhao carregado de mandioca,lenha ou qualquer outra coisa, a gente gritava: Joga uma mandioca, ou entao joga uma lenha. Nao rara as vezes que alguem entrava no espirito da coisa e jogava mesmo, entao a gente corria pela estrada afora, e voltava com o fruto das brincadeiras. Com o tempo meu pai comprou um lote acima da fabrica de sabão, e começou la construiu o que seria nossa casa de referencia para toda a vida.As vezes eu levava almoço pra ele, e la estava ele em cima do telhado cantando uma musica que faz sucessos nos dias de hoje. Que beijinho doce, foi ela quem trouxe de longe pra mim, um abraço apertado, um suspiro dobrado, que amor sem fim. Nesta época tinham tirado minha chupeta, e passei a chupar o dedo da mão, onde as criticas eram estarrecedoras. Qui vergonha...um menino destamanho...chupando dedo, qui vergonha..., e assim fui deixando o hábito. No quintal foi colocado um barril feito de madeira, onde chegava uns canos de agua, para entao servir a casa, o filtro de barro, ou entao agu-ar a horta. Era interessante este quintal, pois as vezes a gente começara a fazer um buraco nele para colocar um pau, o qualquer coisa, encontravamos grande quantidade de oleo, que grudava nas nossas mãos, e dava um trabalhao danado pra lavar depois. Começaram a aparecer os pés de mangas, mixirica, mamão, laranja, cidra, maçã., ameixa, jabuticaba. Quando mudamos, a primeira visita que fizermos foi na vizinha de frente, chamava-se Dona Lourde, ela nos recebeu em sua porta, e junto vieram dois meninos, em cada mão deles tinha um copo com coalhada( eco.. qui nojo..). O pai deste meninos chamava-se Joao, trabalhava na fabrica de tecidos no turno da noite, e detestava qualquer tipo de barulho durante o dia, o homem era o nervo em pessoa. Os meninos com o passar dos tempos fizeram amizade com a gente, um de nome Zezé e outro Roberto. Dona Lourdes nao viveu muito, faleceu pouco tempo depois que mudamos, e Zezé e Roberto foi criado com muito rigor pelo pai, ate ele poder contar com ajuda de uma cunhada de nome MUNDICA, provavelmente deveria chamar-se Raimunda, a qual tambem nao aguentou trabalhar la por muito tempo. Brincavamos, brigavamos, ficavamos de mal, de bem, e a juventude foi voando... Lembro-me que Zezé gostava de correr morro abaixo com um carrinho e Roberto dentro, era cada capote, e la envinha eles de novo, arrancando poeira morro abaixo.
Com o passar dos tempos, Joao (pai de zezé) procurou conforto na bebida, e esta o fez sofrer bastante antes de leva-lo para junto daquela que ele tanto amava. Hoje Zezé trabalha em um Hospital, casou , e me parece que teve filhos, ja Roberto tam tambem se casou com a filha do Zé Rumão, porem o relacionamento nao foi duradouro, e ele veio pra Divinopolis, trabalha de chapa de caminhão, é muito sofrido, isto aparece no seu semblante, custuma tambem procurar conforto na bebida, e a vida va nos levando cada um ao seu modo. Uns dizem que é sorte, outros dizem que a sorte é nos que fazemos, outro preferem dizer que Deus traça os caminho de cada um. Para mim isto não é importante, pois pouco adiantariamos saber de nossos destinos, ja que sendo destino nada poderiamos fazer, penso que devemos viver um dia de casa vez, assim que levantar, agradecer a Deus por mais um dia, pedir saude, paz e sabedoria, tanto pra gente como para os nossos.
Quando escrevo aqui sobre flash do passado, é que as lembranças vem com tanta nitidez na minha cabeça, que consigo ver todo o cenário, com riquezas de detalhes, sentindo muito prazer em poder imortalizar estes momentos nestas linhas.
Aqui é um blog, e se eu tentasse escrever o tanto que conheço, vivi, aventuras, etc, tomaria tempo demais, teria que ser em outro canal, talvez eu crie coragem um dia, e faça isto.

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