domingo, 14 de março de 2010

ANULAR VOTOS É ARAPUCA PARA APOSENTADOS



Aproxima-se vertiginosamente o mês de outubro. Será o mês que se realizará novas eleições brasileiras.

É a chance que os aposentados, pensionistas e futuros aposentandos aguardam com ansiedade, para darem o troco nos políticos que não gostam de cidadãos idosos, querendo obstruir-lhes o mesmo direito dado a todos, de usufruírem também a cidadania.

Julgam-nos velhos imprestáveis, gastando inutilmente o dinheiro da nação, sem dar o devido retorno, obrigando a Previdência a sustentar-nos, perdendo parte de seus recursos que poderia muito bem ser destinado para outros setores, como por exemplo, o bolsa família e os seus próprios bolsos, meias e cuecas.

A eleição é verdadeiramente a nossa única arma eficiente, que através do voto temos a força de reverter a atual situação adversa, tirando do poder os insensatos que nos prejudicam, colocando outros governantes mais sensíveis ao nosso problema discriminatório.

Entretanto, na minha humilde opinião, corremos um sério risco de botarmos tudo a perder, pelos insistentes incentivos que notamos por parte de inúmeros aposentados, que querem incutir nos eleitores o “voto nulo”, muito bem justificado pela repulsa aos irresponsáveis que só fazem nos prejudicar.

Até concordaria com este procedimento se tivesse total certeza que alcançaríamos o número suficiente de votos nulos para provocar novas eleições. Para anular-se uma eleição, pelo que temos lido nas mensagens dos blogueiros que entendem do assunto, seria necessário que 51% dos eleitores optassem pelo voto nulo.

Julgo que é um percentual muito alto para ser alcançado. Imagine se a metade do eleitorado iria anular seus votos!! Ainda acredito que seria mais fácil o presidente aprovar nossos projetos do que a metade dos eleitores anularem seus votos.

Aconteceria que, nos próprios, aposentados iludidos, cairíamos na arapuca armada para os candidatos que quiséssemos punir, porque a força por nós conquistada em dois anos, estaria agora dividida dando condições à candidata Dilma de sair eleita pela nossa própria incompetência.

Mesmo que conseguíssemos, digamos, alcançar 30% de votos nulos, percentual que também não acredito ser possível, não seria suficiente para anular a tal eleição, favorecendo a continuidade do nosso massacre, já que não teríamos condições de equilibrar a luta, pois o nosso poder de fogo foi subtraído destes 30% de votos nulos. Isto não aconteceria se todos os nossos votos fossem focados unicamente no candidato oposicionista. Neste caso, não importaria qual fosse o candidato, mesmo que não fosse do nosso agrado, até porque teríamos a satisfação de tirar o PT do poder, dando-lhe um corretivo de que não se pode maltratar aposentados idosos, por tanto tempo assim; respeito é bom e nós gostamos… Concluída a forra, se o novo candidato quizesse manter a mesma política lesa-aposentados, reiniciaríamos a luta, agora mais experientes, daríamos sérias dores de cabeça ao novo mandatário.

Pensem bem nisto, pois outubro se aproxima rapidamente. Seria contraproducente nos dispersarmos agora, na reta final de concluirmos a nossa revanche. Seria realmente lamentável.

Almir Papalardo

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