sábado, 17 de abril de 2010

Parábola do ferreiro


“Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, entregou sua alma a Deus. Durante muitos anos, trabalhou com afinco e praticou a caridade, mas apesar de toda a dedicação nada parecia dar certo na vida dele. Muito pelo contrário, os problemas e as dívidas se acumulavam cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara e que se compadecia da situação difícil do ferreiro comentou: 'É realmente estranho que justamente depois que você resolveu tornar-se um homem temente a Deus sua vida começou a piorar. Eu não quero enfraquecer a sua fé, mas nada para você tem melhorado'.

O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que tanto procurava. Eis o que disse o ferreiro: 'Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espada. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço em um calor infernal até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada; logo, ela é mergulhada em um balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir este processo até conseguir a espada perfeita; uma vez apenas não é o suficiente'. O ferreiro deu uma longa pausa e continuou: 'Às vezes, o aço que chega até as minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha oficina'. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: 'Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: Meu Deus, não desista até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser, mas jamais me coloque no ferro-velho das almas'.”

“Encontre seu erro antes do julgamento de Deus. Deixe-o condená-lo, deixe-o perdoá-lo e abandone o seu erro.” Frase extraída do livro Derrubando Golias de Max Lucado

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